Pra começar, o Tigres, do Rio Grande do Norte, realizou uma série de transferências eticamente questionáveis, mas que, devido a algumas brechas no regulamento, foram consideradas legais, o que causou revolta nos outros times. Diel, nosso cordenador técnico e responsável pela equipe, estava tão indignado que declarou que, se dependesse dele, voltaríamos pra casa. Mas deixou a decisão a cargo dos atletas, que decidiram ficar. Afinal, ninguém queria jogar fora um ano de preparação. Fato é que o time potiguar montou uma equipe com nível técnico muito alto e acabou campeão.
Cerca de 25 dias antes do início da competição, a CBBC, que sempre arcou com a hospedagem, avisou que não pagaria o hotel e as equipes que quisessem precisariam pagar R$ 300,00 por atleta. Com as duas equipes que levamos, nós do CIEP (Centro Integrado de Esporte Paratleta), teríamos que conseguir pouco mais de R$ 8.000,00 pra colocar todos no hotel, o que não aconteceu, claro. Finalmente, todas as equipes que não ficaram em hotel seriam colocadas no alojamento conseguido pela Confederação. Ficamos no 4º Batalhão de Comunicação do Exército, na BR-101, entrada de Recife. Além de longe dos locais de competição, o quesito acessibilidade não foi levado em consideração, algo inconcebível em uma competição para atletas com deficiência. O dormitório era apertado e desconfortável, os vestiários eram coletivos e de difícil acesso. Pra completar, a comida estava péssima. Alguns atletas até tiveram alguns problemas intestinais.
O espaço entre as camas era pequeno para a circulação das cadeiras
O vestiário não tinha boa acessibilidade. A cadeira de banho ao fundo é a minha,
As portas que davam acesso aos sanitários eram muito estreitas.
Mas a situação não era "privilégio" nosso, as outras equipes, com poucas exceções, enfrentaram as mesma condições. Enfim, com toda a desorganização a competição aconteceu. Mesmo com o desencontro de informações, tabela de jogos mal feita, trocas de ginásio e outros problemas, as equipes se dedicaram e fizeram um belo campeonato.
Nós da equipe A terminamos em terceiro, após uma bela vitória de virada sobre a equipe do Ceará. Infelizmente apenas duas equipes se classificam para o brasileiro e como não conseguimos repetir o resultado do ano passado, quando ficamos em segundo, não nos classificamos. A equipe B sofreu com o nervosismo e a ansiedade e sabe que poderia ter ido melhor, mas terminou no sétimo lugar.
Apesar dos problemas, rimos bastante e nos divertimos, isso que importa. E que venha o próximo.
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ResponderExcluirMas que seja um pouco mais organizado... Minha estréia foi um tanto assustadora, eu até lembro que você comentou a respeito!
ResponderExcluirMesmo com os "atropelos" eu achei sensacional, amei dada disputa e principalmente a disputa de terceiro lugar.
Alguém me perguntou sobre a minha voz, e eu disse que foi com maior orgulho e prazer que a perdi parcialmente na metade da competição e totalmente no último jogo.
Valeu galera do CIEP por tudo, principalmente por levar todo o constrangimento que tivemos que passar seja em relação a acomodação, alimentação ou acessibilidade na esportiva.
Eu sei o quanto o trabalho para chegarmos até esse regional, o suor e lágrimas (principalmente minhas) que derramamos foram pequenos em relação ao misto de emoções que tivemos em cada jogo e principalmente na decisão do 3º lugar!
As lágrimas que caíram neste, foram de felicidades e jah que eu não podia gritar eu as deixei rolar no meu rosto enquanto o coração disparava a bater.
Não canso de dizer Obrigada CIEP vcs são meu maiOr Orgulho!!!
Parabéns Vanessa pela determinação e amor ao basquete, parabéns a todos os atletas que foram para esta competição apresar das dificuldades encontradas.
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