Tratamento com estimulação elétrica permite que três pacientes paraplégicos consigam andar.

em 13 de fevereiro de 2022


Um paciente de 42 anos realiza treinamento em um robô de suporte de peso no Hospital Universitário de Lausanne depois de ter recebido um implante de medula espinhal. Foto: NeuroRestore/Jimmy Ravier/Handout / via REUTERS 

Três pacientes paraplégicos foram capazes de caminhar e até realizar outras tarefas complexas, como andar de bicicleta e nadar, após serem submetidos a um procedimento revolucionário. A técnica consiste na implantação de 15 eletrodos que enviam à medula espinhal estímulos elétricos gerados externamente e controlados pelo próprio paciente por meio de um tablet.
Algoritmos de inteligência artificial instruem os eletrodos a emitir sinais para estimular, na sequência adequada, os nervos individuais que controlam os músculos do tronco e das pernas necessários para várias atividades.
Segundo a publicação, os pacientes começaram dar os primeiros passos dentro de uma hora após a implantação do dispositivo. Nos seis meses seguintes, eles foram capazes de se envolver em atividades mais avançadas, como andar de bicicleta e nadar controlando os próprios dispositivos de estimulação nervosa.
"Agora sou capaz de subir e descer as escadas e ter como objetivo, na primavera, poder caminhar um quilômetro", diz Michel Rocatti, um dos três pacientes que se submeteram ao estudo. Observe que, como os músculos estavam fracos por desuso, eles precisaram a princípio de ajuda com o suporte de peso e, posteriormente, foi necessário exercitar a musculatura para recuperar a força a fim de executar as tarefas mais complexas.  Confirmados os resultados, a técnica pode significar um grande avanço na qualidade de vida de pacientes com lesão medular. 

O médico suíço Grégoire Courtine com os três pacientes paraplégicos tratados com a técnica. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/02/pacientes-voltam-a-andar-gracas-a-estimulacao-eletrica-da-medula-espinhal.shtml

Vale ressaltar que não se trata de uma cura, ainda não há tratamento existente para permitir que a medula espinhal se regenere, mas os pesquisadores buscaram maneiras de ajudar as pessoas paralisadas a recuperar a mobilidade por meio da tecnologia. Já falei aqui no blog, em um post intitulado "O menor dos meus problemas" que a lesão medular traz uma série de inconvenientes que são invisíveis aos olhos, mas afetam sobremaneira a qualidade de vida das pessoas. 
Outros estudos, estes com células tronco, têm apresentado bons resultados e revelam boas perspectivas para que, num futuro próximo (assim esperamos), a recuperação completa de uma lesão na medula seja realidade. Eu aqui continuo com esperança. E vocês, o que acham dessa notícia?


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