Viagem

em 16 de setembro de 2009

Segunda-feira cheguei de viagem. Fui à Campina Grande-PB visitar a muié. Ainda não comentei sobre a minha namorada aqui no blog, o nome dela é Andréa, e sim, nós namoramos à distância. Não satisfeito com todas as dificuldades que a lesão impõe, ainda arrumei um namoro a distância. Complicado né? Mas não tem problema, ela tem feito valer a pena.

Vamos falar da viagem, que é o que interessa. Viajar é sempre uma missão complicada pra um aleijado, seja qual for o meio de transporte (dessa vez fui de avião). Aqui em Aracaju os problemas começam ainda no aeroporto, onde a estrutura não ajuda. Pra começar o aeroporto daqui não dispõe dos fingers (aqueles túneis que nos levam da sala de embarque direto pra o avião), o jeito então é ser carregado. Imaginou a cena? Lá vai o malacabado sendo carregado escada acima por dois marmanjos, correndo o risco de cair e ficar ainda mais estropiado. Mas, se não tem outro jeito... O avião já é um problema em si. Apertado e de difícil acesso, a cadeira sequer chega na primeira fileira de poltronas, na maioria dos modelos. E o mamulengo é carregado de novo e colocado na poltrona. Muito agradável!

É a terceira vez que vou visitr Andréa em pouco mais de sete meses de namoro e quando estou lá me hospedo no apartamento da avó dela, que não mora na cidade. Detalhe: o apartamento não é adaptado. Imaginou a cena de novo? Lá vai o aleijado tentando entrar no banheiro, mas a cadeira não passa na porta. A solução é montar a cadeira de banho dentro do banheiro e fazer um malabarismo, trazê-la pra perto da porta e passar da minha cadeira (que está do lado de fora) diretamente para a que está dentro. Espetáculo digno do Cirque du Soleil!

Campina Grande é uma cidade do interior (apesar dos habitantes não gostarem de admitir kkkkkk!) e, como tal, não está preparada pra receber os estropiados. Mas isso não é uma realidade exclusiva de lá, acontece na maioria dos lugares. Enfim, as dificuldades continuam pra ir pra qualquer lugar, os mesmos problemas de sempre.

Tudo isso sem contar com os olhares de estranhamento das pessoas. Olhares do tipo: "Aquela menina namora com aquele aleijado?". Faz parte, já estou acostumado e, na verdade, isso nunca me incomodou. Essa parte eu tiro de letra!

Fora isso foi tudo bem, já estou acostumado com as dificuldades e já saio de casa sabendo o que esperar. Claro que tudo isso enche o saco e às vezes até desanima de sair de casa, mas se a gente não enfrentar vai viver trancado a vida inteira, sem botar a cara na rua. Eu poderia listar uma série de dificuldades que enfrentei lá e em outras viagens, mas ao longo do tempo (e das novas aventuras) vou contando pra vocês.

Como diria o Pernalonga: That's all folks! Um abraço e até breve.

11 comentários:

  1. Oi Ronald! Tem mais é que sair pra rua mesmo e se aproveitar bastante desses carregadores por aí para te levarem pra cima e pra baixo.
    É claro que é uma merda não ter estruturas adequadas para sua independência, mas já que não tem... deixa o povo fazer um pouco de força. Afinal muita gente tem todas as possibilidades de movimento e não usa!! Beijos, silvia.

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  2. Ronald, sou prima da Mariana, esqueci de me apresentar. Gostaria que vc conhecesse o Grupo X de Dança, é um grupo da Bahia coordenado pela minha nestar de Pilates Fafá Daltro. Dá uma olhada http://pidbahia.com.br/catalogo/grupox_04.htm
    Tema mias coisa no Youtube, Beijos ótimo finde, Silvia.

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  3. Oi Silvia, valeu pelos comentários. Vc é prima de que Mariana? Ehehehe, conheço algumas. Vou conhecer o grupo de dança, dar uma olhada no site.
    Beijão

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  4. Ronald,

    Você é franco, descolado, um cadim ácido e muuuuuuito bem humorado. Amei!

    Grande abraço,

    Claudia.

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  5. Obrigado Cláudia! Essa "acidez" n é pq eu tô de mal com a vida. Tento conviver da melhor forma possível com a situação, que é bem chata. Mas um pouco de ironia ajuda a tratar o assunto de forma bem-humorada.
    Valeu!

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  6. gostei do q contou sobre sua viagem. é isso mesmo, as dificuldades são essas mesmas. porta de banheiro estreita, escadas, sl apertadas, q mal dá pra girar a cadeira, condução s/ adaptações pra cadeirante, acessibilidade ....nenhuma!!!Viajar ñ é nada fácil no brasil qndo ñ é impossível. se ñ houver alguem q nos leve, sozinho, fica uma guerra rsrsrs

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. OLÁ
    Entendo bem esses perrengues das suas viagens. Meu namorado é cadeirante e mora em Sampa, eu moro no Rio. Namoramos a dois anos e nos vemos com muita frequencia, quase todos os finais de semana( sim gastamos milhoes com ponte aérea) mas vale cada centavo.
    Aqui em casa meu banheiro é apertado e ele precisa fazer esses malabarismos também, eu o ajudo a se transferir para o box.
    Mas faz parte, a recompensa por esse amor que nós vivemos é muito maior. E voce sabe bem.
    Beijos

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  9. É Clara, é bem complicado mesmo. Mas na vida de um cadeirante, o que não é? Se não enfrentarmos essas coisas nem sairemos de casa. Valeu pelo comentário.
    Beijos

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  10. Olá Ronald...
    Tudo bem...
    Me chamo viviane e estou namorando um cadeirante. Gostaria muito de falar com a Andréa. Acho que podemos compartilhar muitas coisas juntas....
    um abraço
    me email: vivelez@ig.com.br

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  11. Qualquer mulher que namora um cadeirante pode me escrever....Viviane

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