Enfim, vamos ao que interessa. Após conhecer a realidade de pessoas com deficiência em países em desenvolvimento, Amos Winter, um engenheiro mecânico formado pelo renomado MIT, resolveu criar uma cadeira eficiente e barata que pudesse vencer terrenos difíceis. Em um primeiro exercício de criação pensou num equipamento inspirado nas mountain bikes, nada mais natural, dada a natureza do projeto. Mas esse tipo de bicicleta custa caro e está longe da realidade dos países em desenvolvimento.
O desafio era criar uma cadeira com o custo inferior a 200 dólares, capaz de percorrer 5km por dia em diferentes terrenos, que fosse pequena e manobrável o suficiente para o uso interno e facilmente reparável (com compenentes encontrados com facilidade). Após muito estudo, Winter pensou num sistema de alavancas simples que já existe há muito tempo e que seria composto de partes de bicicletas comuns.
Pra mim, a frase mais marcante do vídeo é quando ele fala que "a pessoa é a máquina complexa do sistema". Com esse sistema de alavancas, o usuário modifica o tipo de condução da cadeira apenas deslizando a mão para cima e para baixo nas alavancas. Para andar rápido, segura as alavancas perto dos eixos, o que gera um grande ângulo em cada movimento; à medida que o caminho se torna mais duro, basta deslizar as mãos para a parte de cima da alavanca, produzindo mais torque, o que permite vencer as dificuldades do terreno com menos esforço. E para utilizar a cadeira no ambiente interno, basta retirar as alavancas da transmissão e guardá-las no quadro, convertendo-a numa cadeira normal.
Segundo Amos Winter, o processo de criação foi baseado em alguns pilares: design centrado no utilizador, focado nos fatores sociais, funcionais e econômicos. Na minha humilde opinião, os objetivos do projeto foram alcançados com folga, que o diga Ashok, o alfaiate indiano apresentado no fim do vídeo, que pôde voltar a trabalhar quando passou a utilizar a cadeira da liberdade. Com a cadeira, Ashok conseguiu vencer novamente a distância de mais ou menos um quilômetro da sua casa até sua oficina.
E você o que acha? Acredito que não vai se arrepender de passar os próximos onze minutos assistindo este vídeo inspirador. Dá pra pôr legendas, pra quem não manja dos "ingrês".
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