Handbike

em 24 de dezembro de 2010



Handbike é uma espécie de bicicleta adaptada pra quem não pode pedalar uma convencional. Há muito tempo eu queria comprar uma, mas não havia nenhum fabricante nacional e as importadas eram muito caras. Cheguei a pesquisar bastante, trocar idéia com o pessoal lá nos USA, mas quando fiz os cálculos do preço da bike, somado aos custos de transporte e importação... desanimei.
Mas agora uma galera começou a fabricar essas magrelas aqui no Brasil a um custo bem mais em conta. Não é tão barato quanto uma bike convencional, já que a construção de uma hand precisa de um conhecimento mais específico, além disso elas não são fabricadas em série, são feitas sob medida, de acordo com a necessidade do bicicleteiro. A bike feita por eles se chama Handvikn.
No mês passado, no blog do meu amigo Jairo, que é cadeirante e repórter da Folha de São Paulo, o Assim como você, tomei conhecimento da novidade e de uma bela promoção de lançamento. Era preciso responder a seguinte pergunta: "Por que eu mereço ganhar uma Handvikn de presente de Papai Noel?". Valia mandar frases, vídeos, montagens... O primeiro lugar ganharia uma Handvikn novinha em folha e os vinte seguintes teriam um belo desconto na aquisição de sua bike.
Bem, infelizmente eu não ganhei. Mas fiquei entre os vinte melhores classificados com a carta que escrevi para o Papai Noel em forma de poema. Agora fiquem com a minha cartinha para o bom velhinho e o vídeo que ficou em primeiro lugar, vale a pena dar uma conferida:


Querido Papai Noel,

Por que eu mereço uma "hand"? Ah, isso depende.
São tantas razões pra contar... Não sei por onde começar.
O vento no rosto, o sol no corpo, o suor na pele...
Aquela sensação de liberdade. Que saudade.

Meu corpo já não responde como antes,
mas ainda pede por alguns instantes
de emoção, adrenalina, velocidade.

Os braços fazem o trabalho das pernas,
que já não têm forças pra empurrar, girar os pedais, movimentar...
Mas o coração, ah esse coração inquieto,
não para quieto, tem força de sobra pra bombear.

Bate forte nesse peito
só de imaginar-se a passear.
E pode ser no parque, na praia,
em qualquer lugar.

Aí no pólo norte deve fazer um frio danado,
passear com uma "hand" vai te ajudar a se esquentar.
Os duendes podem fazer duas: a minha e a sua.
Mas eu espero até o Natal, não precisa se preocupar.

Papai Noel, eu fui um bom menino.
Não deixei comida no prato, não briguei com meus irmãos.
E mesmo com a dificuldade que a vida me impôs,
segui em frente e não me deixei abalar.

Por que eu mereço uma "hand"? Ah, isso depende.
São tantas razões pra contar...
E tantas mais você pode imaginar.


Mais uma das células-tronco

em 16 de dezembro de 2010

Essas meninas são danadas mesmo. As células-tronco, grande esperança da medicina na cura de inúmeras doenças no futuro, podem ter nos dado uma grande notícia essa semana. O paciente Timothy Brown, soropositivo para o HIV, recebeu há mais de três anos um transplante de medula óssea para tratamento de uma leucemia. Acontece que as células recebidas não tinham o receptor CCR5, que permite que o vírus entre na célula, o que o tornou resistente ao HIV. Hoje, passados mais de três anos do transplante, ele não tem mais HIV no sangue e nem os anticorpos para o vírus, é como se ele nunca tivesse tido Aids. Um belo presente do acaso, né?
Bom, como as células-tronco são também uma grande esperança de recuperação de pacientes com lesão medular, que é o caso deste que vos fala, resolvi postar a notícia aqui pra vocês ficarem cientes. Vou colar também a matéria do jornal O Dia Online, que explica tudo sobre o assunto. Beijo nas crianças!


Transplante de medula cura paciente com Aids

 

Timothy Brown, que tinha leucemia, recebeu células-tronco de um doador resistente ao HIV. Caso pode dar dicas sobre como vencer luta contra a doença


Rio - Um americano de 42 anos parece ter sido o primeiro caso de cura da Aids desde o início da epidemia que, só no ano passado, matou 1,8 milhão no mundo, segundo a OMS. Timothy Ray Brown, que além do HIV tinha leucemia, foi submetido a um transplante de medula óssea em 2007. Desde então, o americano não tem nenhum sinal de que um dia teve Aids.

“Mais de três anos após o transplante, o paciente não tem HIV no sangue e nem mesmo os anticorpos para o vírus. É como se ele nunca tivesse Aids”, explica o médico Érico Arruda, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.



No transplante, realizado em 2007, Timothy recebeu células-tronco de um doador que tem uma mutação genética que o torna resistente ao vírus. Quando a medula implantada passou a funcionar e produzir as células sanguíneas no organismo de Timothy, ele passou a ter a mesma resistência ao HIV.
“As células de defesa do doador não tinham um receptor CCR5, que permite que o HIV entre nas células. Após o transplante, o paciente passou a ter a mesma condição. Mesmo sem tomar medicação contra o HIV, o vírus não voltou. É um sinal de que provavelmente ele está curado e isso pode apontar caminhos importantes”, diz Érico.
Assessor do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal diz que o caso do “paciente de Berilm”, como Timothy é conhecido, “sinaliza uma possibilidade futura, mas é preciso tempo” para assegurar que houve a cura. Cientistas estão otimistas, mas lembram que a técnica não pode ser usada em massa devido a dificuldades — como ter doadores compatíveis e imunes, além do risco do transplante.

Notícia levou esperança a pacientes soropositivos

A possibilidade de cura da Aids — ainda que sem prazo definido — aumentou as esperanças de portadores da doença. O ativista Cazu Barroz, que convive com o HIV há 21 anos, acredita que a experiência pode significar mais um avanço para que pesquisadores concentrem-se em encontrar não só a cura para o HIV, mas uma forma de minimizar os danos da doença.
“Li profundamente esse estudo e fiquei feliz com as conclusões, apesar de ainda serem necessários mais estudos. Esses avanços científicos fazem com que eu acredite que em 10 anos tenhamos medicamentos que possam, pelo menos, tornar a Aids uma doença crônica”.
A coordenadora do grupo Pela Vidda, Mara Moreira, comemorou a notícia, mas ressaltou que é preciso ter cautela.

“As pessoas não podem banalizar a doença, achar que tem cura e parar de se prevenir. Vemos esse anúncio dos cientistas com muita cautela. Por enquanto, a única arma eficiente e segura que temos é o preservativo. O resto ainda está em fase de estudos”, afirmou Mara.

Reportagem de Clarissa Mello e Pâmela Oliveira

Matéria do G1

em 13 de dezembro de 2010

Ele foi tratado como bagagem, diz filha de cadeirante ferido em SP

 

Arquiteto caiu de cadeira de rodas ao desembarcar em Congonhas.
Ele está na UTI do Hospital Santa Paula em estado gravíssimo.

 
Letícia Macedo Do G1 SP

A filha do arquiteto cadeirante que sofreu uma queda ao ser transportado para o terminal de passageiros do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, neste sábado (11), disse que seu pai foi transportado como uma bagagem. Para a arquiteta Moira de Castro Vasconcellos, de 42 anos, deficientes são tratados de maneira inadequada pelas companhias aéreas. “O dia a dia deles já é tão complicado, por que não se pode simplificar? A luta é mostrar que ser transportado como mala pode acabar mal, como aconteceu com meu pai”, disse.
 
“Eles [deficientes] são segregados. Em Congonhas, colocam um chiqueirinho e eles têm que ficar naquela quadradinho esperando alguém vir buscar [para embarcar]”, disse.
No sábado, Fernando Porto de Vasconcellos, de 71 anos, voltava de uma viagem a Brasília, onde faz um tratamento de reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek. Há quatro anos, ele sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). “Estou arrasada. Meu pai já inspirava cuidados. Agora, ele vai ter mais um outro que não precisava ter.”
Ao chegar em Congonhas, ele foi colocado no ambulift, equipamento da Infraero que faz o transporte de pessoas com mobilidade reduzida. De acordo com a arquiteta, no momento do acidente, o ambulift transportava, além do seu pai, uma funcionária da Gol e a sua mãe.
“A minha mãe se sentou no único assento disponível. Teve uma freada brusca. A moça [funcionária da Gol] estava no telefone e caiu. A cadeira dele tombou 90 graus”, contou. A cadeira do arquiteto, segundo a filha, estava apenas com o seu freio acionado e não havia nenhum outro componente de segurança que pudesse manter a estabilidade dela.
Para a arquiteta, as companhias aéreas deveriam optar por não utilizar o ambulift no embarque e no desembarque de pessoas deficientes. “É um meio de transporte que foi feito para pessoas com mobilidade reduzida, mas não tem um cinto de segurança. Estou indignada. Poderia ter sido evitado com um cinto de segurança”, afirmou.
Na queda, o arquiteto teve um osso da face quebrado, no lado direito, e um hematoma na testa. O arquiteto está em coma na UTI do hospital Santa Paula, na Zona Sul da capital. A filha contou que a pressão intracraniana se elevou devido a um aumento em um sangramento. O estado de saúde de Fernando Porto de Vasconcellos é considerado gravíssimo.

Moira de Castro Vasconcellos afirmou que não foi procurada pela Infraero até as 13h. A Gol entrou em contato por telefone uma única vez com um irmão da arquiteta, disse. A família e o convênio médico estão arcando com as despesas do tratamento.
 
Outro lado

A Gol disse que prestou socorro logo após o acidente e ressaltou que o ambulift é um equipamento da Infraero. “A Gol informa que prestou todo o atendimento possível e acompanhou o senhor Fernando durante o atendimento hospitalar, mantendo contato com a família e oferecendo assistência contínua ao cliente e seus acompanhantes. A companhia esclarece que o transporte em equipamento especial para portadores de deficiências e necessidades específicas é contratado junto à empresa de infraestrutura aeroportuária", informou a empresa, em nota.
Já a Infraero informou que prestou assistência ao passageiro e providenciou a sua remoção a um hospital particular.  A empresa informou também ter aberto uma sindicância para apurar as circunstâncias do acidente. Está sendo averiguado também por qual motivo optou-se por utilizar o ambulift e porque o voo não foi encaminhado para um desembarque através do finger, corredor que liga terminal de passageiros ao avião. De acordo com a assessoria de imprensa da Infraero, a assistente social da empresa chegou a ir até o hospital nesta manhã. Porém, a assessoria não soube informar se foi feito um contato com a família.




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